quinta-feira, 21 de junho de 2012

Mortes no campo geram crise e processo de impeachment no Paraguai

As mortes em um conflito agrário na semana passada no Paraguai provocaram uma crise que levou o presidente, Fernando Lugo, a afirmar nesta quinta-feira que não renunciará ao cargo. O discurso em rede nacional ocorreu minutos depois da aprovação por ampla maioria na Câmara dos Deputados da abertura de um processo de impeachment contra ele.

"Não renunciarei ao cargo para o qual fui eleito pelo voto popular. Não interromperei um processo democrático e me submeterei ao processo político, como mandam as leis paraguaias, com todas as suas consequências, como indica a Constituição paraguaia", afirmou o presidente.

Os deputados aprovaram a abertura do processo de impeachment por 73 votos contra um em uma votação relâmpago também transmitida pelas televisões paraguaias.

O próximo passo será o julgamento do impeachment em si, pelo Senado, onde a oposição também tem maioria. As regras são diferentes das do Brasil, onde as duas casas do Congresso precisam aprovar a abertura do processo.

A situação política no Paraguai se deteriorou rapidamente após a morte, na última sexta-feira, de 18 pessoas, entre policiais e camponeses, em um confronto em uma fazenda em Curuguaty, no Departamento (Estado) de Canindeyú, próximo à fronteira com o Paraná.

Na rápida discussão sobre a instalação do processo político, parlamentares argumentaram que Lugo era o responsável pelas mortes. Outras versões sugerem que o grupo guerrilheiro EPP (Exército do Povo Paraguaio) poderia estar por trás das ações a tiros contra os policiais que entraram na fazenda do empresário e político paraguaio Blas Riquelme.

Os enfrentamentos geraram comoção nacional e provocaram a demissão do ministro do Interior, Carlos Filizzola.

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