O correspondente da BBC Paul Wood, que passou as
últimas três semanas na Síria, sem se identificar como repórter, diz que
a ameaça de guerra civil está aumentando no país.
"Deus irá se vingar por nós" é uma declaração
ouvida com frequência em vilarejos sunitas nos arredores de Homs, entre
pessoas que se sentem enfraquecidas, desesperadas e amargas.
A situação ainda não se tornou uma
guerra entre vizinhos e vilarejos ou da maioria sunita contra a minoria
governante alauíta e seus aliados xiitas e cristãos, mas as perdas em
diversas comunidades podem fazer com que isso aconteça.
O massacre de Houla foi diferente em escala -
mas não em natureza - do que tem acontecido nesta região da Síria
durante todo o ano. O padrão: o exército bombardeia uma área controlada
pelos rebeldes e, em seguida, o grupo paramilitar alauíta "shabiha"
chega ao local, cortando gargantas.
Quando começamos a ouvir histórias de pessoas
sendo "abatidas como ovelhas" - há muitos meses - elas pareciam fruto de
histeria e depois seriam consideradas como propaganda da oposição. Mas
há muitos corpos com essas marcas e muitas testemunhas oculares desses
crimes.
No último mês de março, eu falei com um homem
que descreveu o momento em que se escondeu em um campo e assistiu
membros de sua família serem mortos. Os soldados e a shabiha os
prenderem no chão, com botas em suas costas e facas em suas gargantas.
Houla foi terrível, mas não foi a única.
Veja mais!
Veja mais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário